Tuesday

um vazio...

o ano chega ao fim...

as casas encontram-se iluminadas de mil cores,
o mundo sorri, e o aroma do champagne inebria o ar...
sento-me na minha cadeira, olhando para o nada,
sentindo uma brisa fresca que entra pela janela...

as luzes da minha árvore de natal iluminam o vazio do meu olhar,

mas reflectem também os meus sonhos…
e estes valeram sempre a luta,
ainda que esta possa não os ter valido…

... entreguei-lhes a minha alma...
... mas a saudade dói…

Thursday

o poema e o poeta...

as tuas letras amontoa-se em palavras, e unem-se em frases,
que se encaixam em textos e mensagens,
atravessando caminhos por onde delira a linguagem,
e que nos conduzem ao limiar dos sonhos...

naufragas nas marés do existir, enrolado nas ondas do sentir,
e num mar de amor e esperança que preenches com os teus rabiscos,
iluminas o caminho onde proliferam os sonhos que enchem a vida de doces ilusões…

e assim viajamos juntos, tão próximos, de um modo tão nosso,
e ao mesmo tempo, tão ausentes e distantes,
foragidos da realidade, mas tentando manter viva esta chama dos sonhos,
numa dimensão em que o amor e a paixão são muito mais que palavras vivas…

Tuesday

um sonho de esperança...

deixei que as minhas lágrimas percorressem o meu rosto
e nele ficaram gravadas a ferro e fogo,
mas misturaram-se com a espuma do oceano,
afogando-se no leito da esperança…

mas as marés mudam… tudo muda…
todas as coisas mudam e renascem…
as coisas boas perecem… perde-se a inocência…
mas os sonhos e o amor sobrevivem…

e assim brilha a luz do acreditar…
com uma onda de calor a envolver-me
continuo o meu caminho rumo ao infinito,
aonde um dia te irei reencontrar…

Sunday

pétalas da minha alma...

voam as minhas palavras, através do tempo e da distância,
tocando-te e desfazendo-se em mil abraços…
deixo que os meus pensamentos as sigam
e embalem o teu sonho, num abraço de ternura,
transformando as minhas lágrimas em versos…

e estas são as letras, as pétalas da minha alma,
que deixo que caiam formando palavras no branco deste papel,
e então chamo-as minhas… e são-nas… até as leres…
porque aí, se e quando as sentires, serão também tuas,
porque o teu amor foi o poema que deixei no ar…

devaneios do meu ser...

a noite anunciou o preludio…
quis fazer parte da tua história,
mas caiu a bruma sobre o instante em que foste meu…
a distância que nos separou foi o carrasco das nossas almas,
permitindo que o silêncio nos envolvesse…
restaram-me as tuas palavras…
e são elas que permitem que cruze os céus na tua companhia,
sonhando com sonhos que nos sonhos foram sonhados,
cobrindo com a poeira do tempo os devaneios do meu ser…

Tuesday

a fusão da alma...

percebo na brisa da noite o riso que me arrepia,
e no teu olhar, reluz e seduz a lua encantada,
que nos invade e se torna cúmplice…

soube o sabor dos abraços esquecidos,
mas o teu coração reinou em absoluto no meu pensamento,
e fomos dois a sentir saudade…

agora acaricias-me, assediando os meus pensamentos,
e as palavras deixam de ser necessárias,
porque hoje entendi a fusão que existe entre nós…

Sunday

o manto da saudade...

a lua esconde-se e sopra um vento gelado,
mas afinal… nada mais é que a saudade,
que num vazio sentido, fere a minha alma…

subjugada por uma ausência sentida,
liberto-me nas palavras… suaves, amantes…
e voo através do tempo e da distância…

sob os efeitos narcóticos da saudade,
tive a ilusão do esquecimento,
mas de nada valeu…

dispo os sonhos que me afagaram,
mas permaneço envolta nos fragmentos de um manto,
gelado… mas que me cobriu de vida…

Monday

a alquimia das palavras...


procurei as palavras mas elas teimavam em não aparecer…
mergulhei então na poesia, numa dança cadenciada de sentires…
as palavras ganharam vida, e num lirismo sem segredo,
as lágrimas transformaram-se em versos que a saudade não deteve…

mas a tristeza e a solidão murmuravam, ocultas nas sombras do caminho,
até que os versos desabrocharam vestindo a noite de encantos,
e a alquimia das palavras ocultou-as nas entrelinhas,
transformando a poeira do tempo em poesia…

Thursday

a mensagem do vento...


no auge do desespero,
quando lenta e dolorosamente, feneciam os meus sonhos,
cintilou um sorriso na minha alma… o teu sorriso…
e a doçura do teu olhar invadiu a minha realidade…

persistiu um resquício de chama nas noites frias da minha vida,
e falei contigo a língua sem palavras,deixando que o vento,
pelas areias batidas do deserto, te levasse a minha mensagem…
... enquanto houver vida, haverá sempre um sonho...

a lagrima cai… o sorriso vibra…
e a minha alma poderia sorrir mais se não chorasse…
mas também ela precisa das lágrimas…
não é a amizade a poesia da eternidade?!?

Monday

e os sonhos não esmorecem no tempo...

deixo cair as minhas letras retirando-as da minha alma,
resgatando os fragmentos dos meus sonhos e desabafo…

sobrevoei um mundo de crepúsculos, de noites e madrugadas,
onde o tempo se escoava nos murmúrios do meu sentir…
busquei no vazio da solidão, perdi o endereço da esperança,
debati-me nas trevas da desilusão e do abandono,
através dos tempos, através dos mundos, através das vidas,
num tempo que custou a passar…
mas as letras amarram-se às correntes do sonhos
e desamarraram os silêncios que um dia vesti de noite…
porque os sonhos não esmorecem no tempo…

e com o sussurro do vento a embalar o meu coração, voei…
e voei até ti… até aqui… muito além das palavras que te escrevi…